terça-feira, 12 de setembro de 2017

Felizes os convidados para o banquete do Senhor

Actualmente em português o sacerdote diz:
Felizes os convidados para a Ceia do Senhor.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

No original em latim, já desde a 1ª edição do Beato Papa Paulo VI, vem indicado como:
Ecce Agnus Dei, ecce qui tollit peccáta mundi.
Beáti qui ad cenam Agni vocáti sunt.

Numa tradução mais directa ficaria na forma:
Eis o Cordeiro de Deus, eis O que tira os pecados do mundo.
Felizes os convidados para o banquete do Cordeiro.

Aqui as núpcias do Cordeiro referem-se ao que vem no livro do Apocalipse em Ap 19,5-9, aqui é descrito o triunfo no Céu que diz:
E veio uma voz do trono, que dizia:
«Louvai o nosso Deus,
vós, todos os seus servos, que o reverenciais,
pequenos e grandes!»
Ouvi ainda algo semelhante ao alarido de uma grande multidão ou ao rumor das águas do mar, ou ainda ao ribombar de grandes trovões. E dizia:
«Aleluia!
O Senhor nosso Deus,
o Todo-Poderoso,
começou o seu reinado!
Alegremo-nos, rejubilemos,
dêmos-lhe glória;
porque chegou o momento das núpcias do Cordeiro;
a sua esposa já está ataviada.
Ele ofereceu-lhe um vestido de linho resplandecente e puro.»
O linho representa as boas obras dos santos. Depois disse-me: «Escreve: Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!» E acrescentou: «Estas são palavras verdadeiras, do próprio Deus.»

Na forma que usamos em português em primeiro lugar alegramo-nos por podermos participar na ceia do Senhor, na comunhão da Eucaristia e alegramo-nos por ver e reconhecer o Cordeiro de Deus que pela morte e ressurreição tira o pecado do mundo. Este reconhecimento é importante e juntamente com a união ao Sacrifício da Cruz torna a nossa participação numa boa participação.

Na forma original em latim a oração tem um aspecto ainda mais profundo, em primeiro lugar vemos e reconhecemos o Cordeiro de Deus que pela morte e ressurreição tira os pecados do mundo depois alegramo-nos não só pela participação na comunhão da Eucaristia mas também no fortalecimento da Esperança de um dia chegarmos ao banquete celeste onde estaremos junto de Deus.
Desta forma o aproximar-nos do santuário para recebermos a comunhão é como uma antecipação e uma Esperança do banquete celeste, fortalecidos e alimentados na alma por Cristo aqui caminhamos com a Esperança para a Pátria Celeste.
Acho este sentido original da oração em latim muito profundo, o momento ganha ainda mais de dimensão sagrada.
Como os Sacramentos são dons de Deus, não são apenas para aumentar e alimentar a Fé, são meios que nos permitem entrar no bem que é o próprio Deus e nos configurarmos a Cristo, pertencendo ao Seu Corpo Místico, faz todo o sentido junto com a comunhão da Eucaristia vermos também uma antecipação e uma Esperança de participação do triunfo no Céu.

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